Predominante em cerca de 2.000 pessoas da população geral, segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), o ceratocone é uma doença que costuma ser diagnosticada entre os 10 e os 25 anos de idade. 

Ainda não há causas exatas para essa condição, no entanto, estima-se que o ceratocone tenha relação genética, podendo afetar apenas um ou ambos os olhos, sendo mais comum, a segunda opção.

Neste artigo, falaremos mais sobre o que é o ceratocone e suas principais opções de tratamento. Boa leitura!

Entenda o que é o ceratocone e os principais sintomas 

O ceratocone é uma doença genética rara responsável por causar degeneração ocular, fazendo com que a córnea se torne cada vez mais fina e forme uma protuberância em forma de cone. 

A córnea atua como uma espécie de lente fixa sobre a íris, e através da pupila, projeta a luz sob a retina. O ceratocone impede a projeção de imagens nítidas na retina, podendo causar prejuízos à visão.

Apesar de não ter uma causa exata definida, há a combinação de alguns fatores ambientais, genéticos e comportamentais que contribuem para a doença. Alterações em genes oriundas de algum parente com ceratocone, o mau funcionamento de enzimas e até mesmo o ato de esfregar os olhos, podem ser alguns fatores que estão associados com a doença.

O ceratocone costuma predominar em pessoas com alergias oculares graves, Síndrome de Down e Síndrome de Marfan.

Alguns dos principais sintomas incluem:

• Fotofobia (sensibilidade à luz);
• Visão distorcida;
• Dor e vermelhidão, caso se desenvolva uma bolha na córnea;
• Visão dupla (diplopia);
• Formação de múltiplas imagens de um mesmo objeto (poliopia).

O diagnóstico da doença é feito através do exame de topografia da córnea. É criado um mapa tridimensional digital da superfície da córnea que ajuda a confirmar o diagnóstico.

O ceratocone tem cura?

O ceratocone não tem cura. No entanto, as opções de tratamento são bastante eficazes e podem variar de acordo com os estágios da doença e o quadro de cada paciente.

4 opções de tratamento para o ceratocone

1. Óculos ou lentes de contato

Os óculos ou lentes de contato gelatinosas são recomendados para pacientes com quadros leves de ceratocone. No entanto, a maioria dos casos necessita de lentes de contato rígidas permeáveis a gás para obter uma melhor visão.

No caso dos óculos, à medida que a doença evolui, pode ser indicado a substituição pelas lentes de contato, que auxiliam no astigmatismo provocado pela deformidade na córnea.

2. Crosslinking

O tratamento com crosslinking consiste no endurecimento do colágeno da córnea, fortalecendo a sua estrutura e evitando que a doença progrida. Este tipo de tratamento faz com que sejam formadas novas ligações pelas bandas de colágeno, resultando em uma melhora da forma cônica e aumento da força da córnea.

É aplicado um colírio, o qual ativa através de um feixe de luz, a remodelação e união das fibras de colágeno.

3. Anéis intracorneanos

Os anéis intracorneais, também conhecidos como anéis de ferrara, são utilizados para regularizar a curvatura da córnea, quando os óculos ou lentes de contato não têm mais o efeito desejado. 

4. Transplante de córnea

As cirurgias não costumam ser recomendadas pois podem acelerar o afinamento da córnea. Apenas em casos realmente muito graves da doença, quando nenhum dos outros tipos de tratamento obtêm resultado, é que as cirurgias podem ser recomendadas com a orientação de um oftalmologista.

Apesar de não haver prevenção, por ser uma doença de caráter genético e hereditário, há alguns hábitos que podem ser adotados como forma de evitar que a doença progrida. São eles: tratar a rinite alérgica e asma caso haja, evitar coçar os olhos e avaliar as condições das lentes de contato.

O ceratocone é uma doença séria que precisa de cuidado e atenção, caso contrário, pode evoluir para quadros mais graves. Por isso, é necessário um acompanhamento constante com o oftalmologista para monitoramento da doença.

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